
Enquanto dirijo, quase sempre sintonizo a rádio BandNews FM. Hoje cedo, no programa do Ricardo Boechat, foi o dia do comentário do sociólogo Antônio Lavareda. Tema do colunista: as reações à decisão do STF de aprovar, por unanimidade, à Ação enviada pela Procuradoria Geral da União que concede direitos civis aos casais homossexuais.
O colunista – bem chancelado pelo apresentador – disse que uma sociedade com poder econômico maior e nível de escolaridade mais elevado é mais tolerante aos direitos dos homossexuais. Apoiado em alguns números estatísticos, Lavareda acentuou sua fala lamentando que no Brasil ainda haja resistência ao que o STF decidiu. Apontou a comunidade evangélica como sendo o grupo que mais reage ao casamento gay e finalizou seu comentário reforçando sua esperança no desenvolvimento econômico e intelectual para que a causa gay seja vista com mais naturalidade.
Pelas vias do silogismo, entendi perfeitamente que o sociólogo quis associar o movimento evangélico à intolerância, à ignorância e à pobreza. Senti-me agredido! A repulsa dos evangélicos não é desprovida de sentido! A reação contrária à decisão do Supremo está em perfeita sintonia com a fé declarada dos cristãos, e isso tem que ser respeitado. Não se trata de ignorância nem pobreza. Além disso, o Supremo contrariou também ao conceito Constituicional de família, que sugere a união de um homem a uma mulher.
Em linha paralela, os grupos de defesa dos direitos GLBT também associam a comunidade evangélica à homofobia, em razão da posição contrária dos cristãos ao PL 122, que tramita no Congresso Nacional.
Somente um tolo pode associar a homofobia aos evangélicos. Nenhum evangélico promoveu – até onde se sabe – qualquer ato de violência contra homossexuais, nem mesmo incentivou tal prática. O que os evangélicos fazem – com direito assegurado pela Constituição – é criticar o comportamento homossexual bem como o Projeto de Lei que quer criminalizar a opinião.
Eis-nos, mais uma vez, diante de uma manifestação que ocorrerá em Brasília, que deverá reunir um considerável número de evangélicos e outros cristãos para protestar CONTRA O PL 122 – não contra os homossexuais. A lei é uma aberração e sabemos que não há necessidade dela.
Pessoalmente, não creio que a aprovação do PL 122 – caso ocorra no Congresso – venha impedir o evangélico de protestar contra a prática homossexual. Isso não vai acontecer. Mas, certamente, os homossexuais já acenaram que eles é que agem com intolerância. E vão se apoiar na Lei para provocar, constranger e agredir a opinião cristã: o que já estão fazendo ao chamar pastores de “gays enrustidos” ou acusar de intolerantes fundamentalistas. Uma incoerência: alegam que são discriminados, e respondem com esta moeda.