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Pastores evitam conversas sobre meio ambiente para não serem classificados como liberais

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Pastores parecem passar muito pouco tempo lidando com assuntos do meio ambiente nas igrejas, e alguns críticos suspeitam que é devido ao medo de serem classificados como “liberais”.

Os líderes de igrejas quem vêm a importância da criação de Deus dizem que não deveria ser assim. Cuidar das criações de Deus é uma importante parte das Escrituras, dizem aqueles quem não têm medo de serem classificados como apoiadores do meio ambiente.

Segundo The National Religious Partnership for the Environment (NRPE), uma organização inter-religiosa norte-americana sem fim lucrativo, a ética evangélica de cuidar do meio ambiente é baseada em ensinamentos bíblicos como: “Honrar a Deus como Criador e respeitar Seu trabalho (Salmo 19, 121, Job 38, Job 39);” “Obedecer o chamado de Deus para amar nossos vizinhos, particularmente aqueles que são pobres e menos poderosos (Deuteronômio 6, Lucas 10, Mateus 22, Marcos 120);” e “Avançar o trabalho de Cristo (Colisseus 1, Romanos 8).

Essas crenças são frequentemente referidas pelos pastores como os “comissários da criação,” que prega ser dever de um cristão cuidar da Terra criada por Deus .

“Como seguidores de Jesus Cristo, comprometidos com as Escrituras, e conscientes de como degradamos a criação, acreditamos que a fé Bíblica é essencial na solução de nossos problemas ecológicos,” está escrito na “Declaração Evangélica Sobre o Cuidado Com a Criação”, da Rede Evangélica do Meio Ambiente (EEN), um ministério "dedicado ao cuidado da criação de Deus".

Alguns pastores acreditam que o tópico está faltando no púlpito da igreja porque muitos associam o “verde” ou o pró meio ambiente como uma classificação de “liberal.”

Muitos líderes de igrejas consideram o tema do meio ambiente como político, e optam por manter este contexto a parte dos assuntos da igreja.

O Reverendo Canon Sally G. Bingham, do Projeto Regeneração, um grupo dedicado ao aprofundamento da conexão entre ecologia e fé, disse ao The Christian Post que não queria que seu ministério tratasse sobre o que eles consideram “assunto político.”

Para Bingham, estes medos são desnecessários, já que a terra é um tópico Bíblico e não político.

O Reverendo afirma que “quando você fala sobre amar seu vizinho como a você mesmo, isso significa que você não polui o ar e a água de seu vizinho. É uma mensagem tão simples, mas pessoas se aproximam e dizem: ‘Eu nunca pensei assim antes’”. Além disso, completou, “eu acho que faremos um grande impacto se conseguirmos mais religiosos pensando sobre o meio ambiente como um assunto de fé.”

“Claro, existem outras razões pelas quais os pastores talvez não queiram fazer tópicos ecológicos como parte de seus sermões”, diz Bingham, “por exemplo, muitos sacerdotes foram ao seminário há anos atrás, quando o meio ambiente não era um tópico tão popular como hoje. Os pastores talvez não saibam como falar sobre tais assuntos”.

Bingham acredita que este cenário está mudando e os sacerdotes mais jovens entendem e estão aprendendo nos seminários atualmente.

Quando o CP perguntou a um jovem teologista cristão quais temas ele gostaria de ouvir na igreja, ele não hesitou em mencionar ecologia.

Chris Kugler, aluno de teologia na Universidade de Cleveland, EUA, e autor de “Being Christian: A Journey fromthe Boat to the Shore Culminating at the Cross (ou Ser Cristão, uma jornada do bote até a costa culminando na cruz, em tradução livre ao português) falou ao CP:

“Não estou advogando que nos importamos mais com focas do que com seres humanos, estou simplesmente dizendo que Deus ama a criação total; que Deus ama o reino animal e a Terra.”

“Existe uma dimensão ecológica sobre as Escrituras que acredito ser realmente ignorada,” expressou o autor, cujo livro discute jeitos corretos de interpretar a Bíblia. “E acho que uma das razões para que isso seja ignorado é porque as pessoas têm a crença que só estamos passando pela Terra e que elas não a consideram seu lar.”

“Cristãos que dizem que cuidar da Terra, pobreza, e AIDS, não é importante; que a água suja na África não é importante, não é cristão,” ele falou ao CP. “Deus ama esse lugar, e Deus quer restaurá-lo e regenerá-lo”, aumentou.

O Reverendo Richard Cizik, ex vice-presidente de Assuntos Governamentais da Associação Nacional de Evangélicos, disse que “a crise da mudança do clima não é algo na qual podemos esperar dez anos, cinco anos, e nem mesmo um ano para encarar. A mudança do clima é real e foi causado pelos humanos. Precisa de ação agora. E estamos falando de ação baseado no ponto de vista da Bíblia de um mundo de Deus”.

Em dezembro, a Associação apresentou uma resolução para discussão de 56 páginas sobre como as mudanças ao meio ambiente afetam os mais vulneráveis.

O documento explora a “base Bíblica de envolvimento dos cristãos, a ciência de um ambiente em mudança, como o clima afeta os pobres, e “jeitos práticos para ir em frente.”

Fonte: Christianpost | Divulgação: Midia Gospel