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O Natal é Escriturístico?

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Eu quero agradecer ao Comitê sobre Educação Cristã por permanecer fiel à tradição da Igreja Presbiteriana Ortodoxa de respeitar as opiniões da minoria que estão firmemente enraizados na história Presbiteriana e Reformada. Eu, portanto, alegremente aproveito-me do privilégio de me expressar sobre o assunto do Natal.

É raramente entendido hoje que houve um tempo quando tais dias como Natal eram geralmente considerados como desprovidos de qualquer autorização das Escrituras. Mas, ouça a cuidadosa declaração de Idzerd Van Dellen e Martin Monsma em The Church Order Commentary (Zondervan, 1941). Sob o título de “A Posição Original das Igrejas Reformadas com relação aos Dias Especiais”, eles dizem na página 273 o seguinte:

“Durante os dias primitivos da Reforma, algumas localidades Reformadas observavam somente o Domingo. Todos os dias especiais sancionados e reverenciados por Roma foram postos de lado. Tanto Zuínglio como Calvino encorajaram a rejeição de todos dias festivos eclesiásticos. Em Genebra, todos os dias especiais foram descontinuados tão longo a Reforma tomou um firme lugar nessa cidade. Já antes da chegada de Calvino em Genebra, isto tinha sido realizado sob a liderança de Farel e Viret. Mas Calvino concordou de todo coração. E Knox, o Reformador da Escócia, compartilhava das mesmas convicções, ele mesmo sendo um discípulo de Calvino em Genebra. Conseqüentemente, as Igrejas Escocesas também baniram os dias sagrados Romanos”.

Cristo sobre o Natal

É minha convicção de que somente esta visão é totalmente consistente com a Escritura e as Confissões Reformadas. E digo isto pelas seguintes razões:

1. Quando Jesus enviou seus apóstolos, Ele ordenou-lhes que ensinassem os convertidos a observar todas as coisas que Eu vos tenho ordenado (Mateus 28:20). Ele não lhes autorizou a adicionar algo – ou retirar – ao que Ele tinha ordenado. E eu creio que eles fizeram fielmente o que Jesus disse para eles fazerem.

2. É totalmente evidente, à partir dos escritos apostólicos, que não havia tal dia como o Natal nas igrejas apostólicas. Eles não o tinham pelo simples fato de que esta não era uma das coisas que Jesus tinha ordenado.

3. A questão, portanto, é esta: os ensinamentos e as práticas dos apóstolos eram suficientes para estabelecer as práticas que o próprio Cristo autorizou para Suas igrejas? A igreja moderna obviamente, e de uma forma absoluta, dirá: não! Mas homens tais como Zuínglio, Knox e Calvino diriam: sim! Eu creio que estes homens estavam certos.

Os Detrimentos do Natal

É minha convicção também que o alastrado retorno das igrejas Reformadas para o que é, no final das contas, uma invenção e tradição Romana, não é de forma alguma um benefício verdadeiro para a igreja. As pessoas pensam que sim. Mas não o é de forma alguma. E aqui eu só quero mencionar uma consideração importante. O material de Escola Dominical – mesmo aqueles produzidos pela nossa própria “Publicações da Grande Comissão” – sofre sob o domínio daquilo que é comumente chamado “o calendário da igreja”. Isto significa que todo ano, no ciclo de materiais, uma quantidade exagerada de tempo é gasta repetindo a história do nascimento de Cristo. Eu espero que nenhum leitor pense por um momento que eu reduzo a importância do nascimento virginal de Cristo. Não, de forma alguma. Eu certamente quero que os relatos escriturísticos em Mateus e Lucas recebam a devida ênfase. Mas não é uma ênfase devida quando uma pequena porção da história da salvação é magnificada fora da proporção da ênfase que ela recebe na própria Bíblia. Todavia, isto é o que tem acontecido. É minha esperança, embora eu provavelmente não viva para ver, que o Senhor mandará uma nova e até maior Reforma do que a que Ele enviou no século XVI. Quando isto acontecer, creio eu, a igreja novamente se libertará do que é, no final das contas, nada mais do que uma tradição feita por homens.

Celebrações Privadas

E agora, deixe-me adicionar uma importante advertência. Eu não penso que os Reformadores jamais questionaram o direito de um indivíduo celebrar o nascimento de Cristo em algum período – e de uma maneira piedosa – de sua própria escolha. Eu certamente não questiono este direito. Se você quer trocar presentes, ou ler Lucas 2, ou cantar “Noite Feliz” em 25 de Dezembro, então, eu não tenho nenhuma querela com você, de forma alguma. O que eu peço, em reação à isso, é que você não tenha nenhuma querela comigo, quando eu permanecer ao lado dos grandes Reformadores mencionados acima. O que eu questiono não é seu direito pessoal de liberdade cristã, mas o direito da igreja em sua capacidade corporativa — se num nível denominacional ou congregacional — de designar uma data anual para comemorar o nascimento de Cristo.

Visto que ninguém conhece o dia do ano no qual Cristo nasceu, e Deus deliberadamente não nos contou tal dia, ninguém tem o direito de inventar um dia para substituir o que Deus não nos deu. Os papas de Roma, certamente, têm reivindicado esta autoridade – foi assim que o dia 25 de Dezembro foi estabelecido. Mas, quanto a mim e minha casa, não podemos em boa consciência nos submeter a tais imposições feitas por homens.

Mr. Williamson, um pastor semi-aposentado, é membro do Comitê de Educação Cristão.
Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo Neto