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Será que sou um líder superprotetor?

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Reflita sobre como você tem desempenhado sua função de liderança e se tem deixado pegadas que outros discípulos podem seguir

Atualmente, vivemos em uma sociedade em que os nossos jovens, adolescentes e crianças foram criados superprotegidos. Muitos tiveram as coisas muito fáceis, foram protegidos das coisas difíceis da vida ou até mesmo sempre tiveram os pais para fazer as coisas, então, nunca tiveram as suas próprias experiências. Um bom exemplo dessa realidade é que algumas famílias “seguram” os filhos para não trabalharem e por isso, quando crescem, não sabem lidar com as adversidades, com tomadas de decisões, com iniciativa para algo novo.

Pensando nesse perfil, cheguei ao seguinte questionamento: Será que não temos repetido essa postura de algumas famílias e acabamos formando discípulos e líderes dependentes, sem iniciativa e que não sabem encarar o confronto?

De fato, existem muitos líderes que são superprotetores, líderes que fazem de tudo para que seus liderados não errem, não sofram as mesmas dores e dificuldades que passaram, e que também amenizam na hora de tomar decisões mais duras. Muitas vezes essa atitude é fruto da nossa maneira de ser, adquirida pela forma que fomos educados pelos nossos pais ou até mesmo de líderes que tivemos. Essas manias que temos influenciam diretamente na maneira de liderar. Elas são muitas vezes bem subjetivas e não as percebemos, porém prejudicam o crescimento do cristão que está sendo acompanhado e trazem sérias implicações que o atrapalham. Um bom exemplo é quando um discípulo não sabe tomar decisões por que tem medo de errar. Por isso ele recorre ao seu líder ou a uma outra pessoa para saber qual é a melhor decisão sobre determinado assunto.

Liderar é influenciar outras pessoas em todos os sentidos. Não existe líder que não influencie. Ser líder é então o maior e mais importante desafio para qualquer pessoa. Mas existe limite.

Outra importante situação que acontece com líderes superprotetores é que eles adquirem essa “superproteção” por causa de momentos difíceis vividos no passado, quer seja por seis meses, um ano, dois ou até cinco anos. Normalmente, assumem uma postura de “resolver tudo sozinho”, por muitas vezes não ter líderes no auxílio do ministério, ou por termos líderes imaturos, “brigão demais”, inconstantes, sem compromisso ou omissos. Então, esse líder acaba se tornando um faz tudo (aconselha, ministra o louvor, dá o estudo etc), e isso acontece por muito tempo, pois você precisa formar uma liderança nova e preparada para assumir responsabilidades, mesmo que eles não estejam do jeito que você acha que eles precisam estar preparados.

Acredite, se você é um bom líder vai gerar outros líderes que precisam liderar para aprender. Além disso, ninguém é super-homem, uma hora você não dá conta de fazer tudo sozinho e vai ficar sobrecarregado e também acaba fazendo as coisas mal feitas. É terrível ver um líder que está arrastando, não aguentando mais o “peso do ministério”. O ministério acaba se tornando um fardo e não um privilégio. Ouça o conselho de Jetro, sogro de Moisés (Êx 18.13-27), e distribua suas funções, então faça bem feito o que Deus colocou em suas mãos.

O líder paternalista normalmente não vê isso. Ele faz sempre quando o outro não faz e não chama atenção quando o outro tem que fazer a sua obrigação. O líder paternalista deixa seu liderado mal acostumado porque se este não fizer o líder sempre irá fazer. Se você acredita em seu liderado, que está sendo treinado para assumir liderança, deixe que ele pise na bola, erre, dê “furo”... Muitas vezes, é assim que aprendemos. Esses sim aprendem a liderar. Sua liderança será muito mais forte se você aprender a distribuir tarefas para que outros também te ajudem a liderar.

Todo esse “raio x” feito ao longo desse texto é para que todo líder veja e reflita como tem sido sua liderança e entenda que sua influência é maior do que pode imaginar. Lembre-se, cuidado não é superproteção, acompanhamento não é domínio, discipulado não é cercar ou proteger a pessoa. Liderar é fazer como Jesus fez com seus discípulos, ensinou e os acompanhou sem ser superprotetor.

Por: Pr. Bruno Bacela